<$BlogRSDURL$> My Pocket Show

terça-feira, 14 de outubro de 2008


Música da cidade para cidade!


No final da semana passada, andando pelo Largo de Santa Cecília em direção ao metrô, fui surpreendida de várias formas. Primeiro pelo fato de haver, bem na entrada da estação com a praça, um piano tipo armário pintado com bolinhas verde e amarelo e repleto da frase “Toque-me, sou teu” e como se um instrumento desses tirado de seu contexto normal não bastasse, tive a sorte de presenciar, naquele momento, um músico tirando algumas músicas conhecidas do repertório popular, e que, para finalizar, estava monopolizando a atenção de todos ali. Em sua maioria pessoas simples, que se contagiaram naquela oportunidade com Brasileirinho, clássico da música popular brasileira de Waldir Azevedo.

Todos pareciam ter esquecido um pouco da pressa do dia-a-dia pelo prazer, talvez inédito, de ouvir essa melodia ao vivo. Na hora eu fiquei muito feliz com a cena e pensando quanta dessas pessoas será que realmente gostam de música instrumental, que iriam a um concerto de música, por vontade própria, ou talvez nunca tiveram a oportunidade, que estavam tendo, da emoção de ouvir um instrumento de perto, é outra história.
Ainda bem que justo nesse dia eu estava com a minha câmera e consegui registrar esse “pocket show”. O nome do músico em questão é Wagner, e em uma conversa rápida comigo no metrô ele disse não ter resistido ao piano público quando passava e que ficou muito feliz com a reação das pessoas, que não queriam mais o deixar ir embora. Confira abaixo:




Mais tarde pesquisando sobre a origem daquele piano, descobri ser uma das intervenções da “Mostra SESC de Artes 2008”. E aquele instrumento que cruzou o meu caminho é um dos oito que estão espalhados pela capital paulistana, 24 horas por dia, até o próximo sábado, 18.


O projeto é do inventor, pesquisador e cientista amador Luke Jerram, de origem britânica, “Play me, I´m yours” percorre o mundo distribuindo pianos por diversos pontos das cidades por onde passa. Com o objetivo de interferir no cotidiano visual e sonoro do espaço público. Livres para a apropriação e gestão da população, os pianos são vinculados através um site da internet que permite ao público postar registros das intervenções nos instrumentos. Depois da Mostra SESC, os pianos serão doados para escolas e grupos comunitários de São Paulo.
Aos interessados em ter contato com os pianos eles estão nos seguintes lugares: Poupatempo da Sé, Largo de Santa Cecília, Estação Santo Amaro – CPTM , Estação da Luz, Parque da Juventude, Pátio do Colégio, Largo de Pinheiros e Marquise do Ibirapuera.
Durante Mostra, de 8 a 18 de outubro, serão cerca de 80 projetos, de artistas nacionais e internacionais, apresentados nas 15 unidades do Sesc na Capital e Grande São Paulo.
A Mostra deixa o aviso que resume seu espírito: “não se espante se, ao caminhar por uma unidade do Sesc ou por seus arredores, você se deparar com bailarinos em paredes, prosas em elevadores ou, mais adiante, orquestras em semáforos: assim multiplicados os cenários de fruição, multiplicam-se os olhares e as escutas – função primordial da arte.”

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Postado por Nathália Cunha às 19:45