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segunda-feira, 16 de março de 2009


Uma reflexão - Ainda sabemos fazer música?


"Acho Nirvana legal". Foi com essa afirmação que começou uma breve discussão entre meu pai e eu acerca do que há ainda de vivo e real no rock n'roll que vemos e ouvimos nas rádios, televisões, internet... Será que toda aquela energia revivida na década de 90 simplesmente virou pó, assim que viramos anos 2000? Uns dizem que quando o rock passou a ser comercial, escreveu ali sua sentença de morte. Não vejo essa condição como tão perigosa assim.

Queria entender, a fundo, tudo o que aconteceu, de fato, com o estilo, já que agora chegamos ao seus 70 anos de existência. Quando usei uma declaração do meu pai, não a fiz por ele ser um expert no quesito ou algo do tipo. Na verdade, foi ele quem me mostrou o que há de espetacular na música; o quanto ela influencia nossa vida a partir do momento em que a deixamos fazer isso.

O cara viveu no auge do sucesso de bandas como Led Zeppelin, The Beatles, The Who, Deep Purple, Pink Floyd, Black Sabbath, AC/DC, The Rolling Stones, entre muitas outras que já, talvez, nem damos o devido valor – ou alguém vai dizer que não para de ouvir Grand Funk Railroad ou Fleetwood Mac por aí? Sem desmerecer os que sim, escutam essa “classicada” toda e reconhecem o que há de diferente do que é lançado hoje, creio vivemos em uma grande dualidade sonora em que temos que optar por aquilo que é totalmente adaptado à moda digital ou que é completamente rústico aos olhos modernosos da indústria fonográfica.

“Hoje, a música é debilóide, idiopática”, lamenta meu pai. “Ela deprime a mente das pessoas, não tem causa nenhuma e é toda à base do computador que faz tudo”. Pensando por esse lado, realmente foi grande o mérito dos músicos que utilizavam (no máximo) um sintetizador para dar uma pitada de “graça” em suas gravações. O negócio era mesmo pegar o instrumento por ele em si e começar a “humilhar” os singelos ouvidos do público. Nada de tecnologia interferindo no talento do ser humano.

Já tivemos John Lennon, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison, Janis Joplin, Johnny Cash, Renato Russo, John Bonham, Freddie Mercury e aqueles que permanecem por entre nós e que fizeram valer seu papel na história da música. E hoje? Quem se arrisca a apontar um grande ícone que tem, realmente, todo o merecimento do sucesso que tem?

Não sou digna de classificar o que é bom ou ruim, próprio ou impróprio, mas sei que nada é como antes. E acho, inclusive, que nunca será. Não podemos voltar no tempo e congelar aquilo que foi bom enquanto durou. Acho que já é uma grande coisa podermos, ainda, presenciar shows de KISS, Stones, Aerosmith, Paul McCartney etc. Mas será que não há solução? Toda vez que uma banda de garagem alcança o sucesso – por menor que seja -, alguém aparece para criticar e dizer que o que estão fazendo já foi feito antes e que não há graça nenhuma em copiar o passado. São as gerações que fazem seus estilos de vida, não?
Então, estamos esperando por coisas novas, espetaculares? Ou já não sabemos mais fazer música?

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Postado por Adriana Douglas às 16:01